Sílaba - constituintes prosódicos - padrões silábicos |
O que dizem os especialistas* |
Alguns exercícios para adaptar à sala de aula | |||||||||||||||||||
Numa perspectiva tradicional, a sílaba é definida como uma unidade de organização rítmica da fala, envolvendo o agrupamento de sons em torno de uma vogal, emitido num único movimento expiratório. A referência ao conceito de sílaba enquanto unidade linguística faz parte da tradição gramatical portuguesa, mas a descrição das estruturas e das fronteiras silábicas problemáticas tem carecido de um tratamento adequado. Mais recentemente, é no quadro de modelos fonológicos que tem sido feita a descrição da estrutura silábica de várias línguas do mundo. O conhecimento fonológico inclui o tratamento de unidades gramaticais de natureza segmental – os sons da fala ou segmentos – e de unidades gramaticais de natureza prosódica, tais como a sílaba, o acento ou a entoação. Na arquitectura do conhecimento fonológico, as unidades prosódicas estão acima das unidades segmentais. A sílaba é constituída por unidades de um nível gramatical inferior: segmentos agrupados de forma não aleatória. O modo como os segmentos se organizam dentro das sílabas faz com que reconheçamos uma determinada sequência segmental como uma palavra possível dentro de um dado sistema linguístico. Perante o monossílabo parst, poderíamos pensar numa palavra em inglês – veja-se first – mas não em português, porque as sílabas desta língua não apresentam três consoantes à direita da vogal. O padrão silábico CVCCC não existe em português, mas CV (to.ca, me.do, ra.posa), V (u.vas, á.gua, é.gua) ou CVC (far.to, tol.do, ras.par) são padrões silábicos frequentes em português. Para além de unidade descritiva, a sílaba constitui também uma unidade de processamento da informação linguística, especificamente fonológica mas com repercussões imediatas nos mecanismos cognitivos de acesso lexical. Neste sentido, a adopção de um tratamento recorrente da sílaba, como unidade linguística, no percurso da escolaridade serve o aumento dos níveis de sucesso educativo, tendo em conta as inúmeras tarefas que envolvem e activam operações de acesso lexical. |
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Exemplos de padrões silábicos em português |
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O símbolo V representa uma vogal, o símbolo C representa uma consoante e o símbolo G representa uma semivogal (ou glide). |
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*Texto adaptado de Freitas,M.J. e A. L. Santos (2001). Contar (histórias de ) sílabas. Cadernos de Língua Portuguesa 2. Lisboa: Edições Colibri, APP. |
Índice
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7 9 |
Nota prévia 1. Introdução |
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11 | 2. A sílaba nos programas de Língua Portuguesa | |||||||||||||||||||
15 | 3. A unidade linguística sílaba | |||||||||||||||||||
15 | 3.1. O conhecimento fonológico | |||||||||||||||||||
17 | 3.2. O lugar da sílaba no conhecimento fonológico | |||||||||||||||||||
20 | 3.3. Algumas definições da sílaba na tradição gramatical portuguesa... |
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22 | 3.4. Um modelo para a descrição do funcionamento da sílaba |
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31 | 4. Descrição do funcionamento da sílaba no Português europeu |
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31 | 4.1. O constituinte Ataque | |||||||||||||||||||
39 | 4.2. O constituinte Rima | |||||||||||||||||||
40 | 4.2.1.O Núcleo | |||||||||||||||||||
47 | 4.2.2. A Coda | |||||||||||||||||||
48 | 4.2.3. Considerações finais sobre a rima | |||||||||||||||||||
51 | 5. Como se organizam os sons dentro das sílabas? | |||||||||||||||||||
57 | 6. Sílaba e desenvolvimento linguístico | |||||||||||||||||||
58 | 6.1. A prosódia | |||||||||||||||||||
61 | 6.2. A sílaba | |||||||||||||||||||
62 | 6.2.1 A aquisição de Ataque | |||||||||||||||||||
63 | 6.2.2. A aquisição da Rima | |||||||||||||||||||
64 | 6.2.3 A aquisição do Núcleo | |||||||||||||||||||
69 | 6.2.4 Escala de desenvolvimento silábico | |||||||||||||||||||
70 | 7. A sílaba como unidade de processamento fonológico | |||||||||||||||||||
73 | 7.1. A percepção | |||||||||||||||||||
77 | 7.2. A propósito da leitura oral | |||||||||||||||||||
79 | 7.3. Lapsi Linguae | |||||||||||||||||||
82 | 7.4. Consciência fonológica | |||||||||||||||||||
82 | 7.5. Iniciação à escrita e à leitura | |||||||||||||||||||
84 | 7.5.1. A proeminência da sílaba no desenvolvimento de concepções precoces sobre leitura e escrita |
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91 | 7.5.2. Desenvolvimento de competências básicas de escrita. | |||||||||||||||||||
91 -113 | Exercícios 1 a 12 | |||||||||||||||||||
117 | Referências bibliográficas |